quinta-feira, 13 de março de 2008

Waterfront City Masterplan | Dubai | OMA

Mais uma proposta de Koolhaas, que ensaia a possibilidade de uma nova cidade no Dubai.
Haja petrodólares...

Não deixa de ser interessante constatar que Koolhaas revisita a sua "Manhattan" particular, reminiscências óbvias do Delirius New York. (que andou na boca do povo há uns anos...)

Em teoria, foi projectada para acolher 1,5 milhões de habitantes, duplicando a população do próprio país e promovendo a criação de 1 milhão de postos de trabalho.

O masterplan foi desenvolvido no sentido de criar uma autonomia dos seus habitantes em relação ao automóvel. Daí a opção por uma densidade de ocupação semelhante à de Manhattan. Inclui inúmeras soluções já ensaiadas (em Nova Iorque), como por exemplo um "central park", certamente com laivos de oásis, muito mais ao estilo de ali bá-bá....

Deixo-vos as imagens.

Paulo G


















sábado, 1 de março de 2008

O EDIFÍCIO COMO “BLOCKBUSTER”. O PROTAGONISMO DA ARQUITECTURA NOS MUSEUS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

Ao longo das últimas décadas, tem-se verificado que a arquitectura de museus de arte contemporânea tende a assumir um papel fundamental na definição e na difusão da imagem das instituições. Contando, em muitos casos, com a assinatura de arquitectos de renome internacional, estes edifícios actuam como catalizadores da vida cultural das cidades, contribuindo para a reabilitação do património arquitectónico ou para a renovação de determinadas zonas urbanas. A tendência apontada é visível num conjunto representativo de museus e centros de arte contemporânea localizados na Península Ibérica. Observando os casos atrás referidos, torna-se evidente que, embora o sucesso destas instituições possa ser potenciado pela excelência da arquitectura, deriva igualmente da qualidade das colecções, das exposições temáticas e do programa de actividades. Neste sentido, o alcance mediático do contentor não implica que os conteúdos museográficos sejam subvalorizados. Pelo contrário, a atenção conferida ao edifício pelos meios de comunicação social e pelos visitantes deve ser encarada como um poderoso instrumento para captar novos públicos e, assim, aproximar mais as pessoas da criação artística e arquitectónica da actualidade. Se, por definição, um “blockbuster” é um evento temporário que atrai visitantes que, normalmente, não frequentam museus, paradoxalmente, constata-se que o sucesso de um edifício museológico, enquanto estrutura perene, depende da sua capacidade para transcender o entusiasmo do primeiro contacto, estimulando o público a voltar. Essa motivação resulta sempre da confluência de diversos factores como a localização, a expressão arquitectónica, a relevância das colecções e exposições, e a oferta de actividades complementares que coexistem no espaço físico do edifício e, muito para além dele, reproduzidas e reinventadas em livros, revistas, jornais, vídeos e páginas web. Coleccionadas por cada indivíduo como um “museu imaginário” pessoal e personalizado, estas imagens e memórias difusas são preservadas por um período indeterminado, tal como o edifício do museu que, mais do que qualquer exposição temporária, pode tornar-se um duradouro “blockbuster.”

Helena Barranha Arquitecta pela FA-UTL, Mestre em Gestão do Património Cultural pela UAlg, Doutoranda da FAUP. Assistente no IST-UTL e investigadora do ICIST.

Um Bem Haja Caros Colegas
Ana do Vale

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O LUGAR como armadilha

O LUGAR como Armadilha Este texto é o resultado de uma reflexão que se fez mais especulativa do que crítica, à volta do tema LUGAR e sua relativa exaustão, a partir da reflexão e procura de representações simbólicas de Macau e do seu estado de contemporaneidade e de ultra-urbanização. Interessa interpretar o tema LUGAR como um meta-conceito: Através da definição da sua condição conceptual no extremo. Todo e qualquer lugar é carregadamente caracterizado pela sua objectividade inalienável, por tudo aquilo que o eleva de espaço a Lugar. Para atravessar esta fronteira, escolhemos uma única característica definidora de Lugar, simultaneamente genérica e objectiva: A ideia de que, quando pertencemos a um Lugar, estamos presos nele (a ele), qualquer que ele seja. Que há um sistema de fascínios que nos detém (no) ao lugar. Lugar enquanto Armadilha: a nossa experiência quotidiana, visual e sensorial funciona como um contínuo estímulo de preservação comportamental. Todos os conceitos de estabilidade e preservação estão associados à noção de lugar (território). O verdadeiro acto de viajar é um abismo, e por tal, pode-nos libertar de nós próprios: será que realmente viajamos, quando viajamos? Ou apenas reconhecemos sistemas de imagens familiares à nossa imaginação ARMADILHAda, como nas interrogações de Marcel Proust: quantas vezes temos de viajar até aprendermos a viajar? Apenas temos uma compreensão conceptual de um Lugar, quando nos conseguimos afastar (libertar) do dito Lugar: quando perdemos a saudade de o ausentar, e o vício de o desejar. Quando o lugar se emancipa de nós ou vice-versa. A Armadilha no Lugar: nem sempre a armadilha está escondida. A ideia de Lugar dá-nos por um lado a noção de identidade e orgulho de pertença, o lugar é essa ferida de onde vimos – cette blessure d où je viens – como uma cicatriz da noite; e no seu próprio reverso, (A ideia de Lugar) constrói em nós, como uma ARMADILHA, uma colagem do indivíduo ao seu comportamento cultural, às permanências, idiossincrasias, lugares comuns. Desde a opinião ao vestir, o que nos retém, nos define e identifica, passa por esta amarração ao lugar. Quando a forma melhor e mais barata de se sair de um lugar é sair virtualmente pelo ecrã de televisão: a libertação visual bidimensional é um vício de fuga sem fugir (para além dos seus outros 888 significados), é uma ficção de liberdade… A nossa relação fenomenológica com o real está condicionada pela impossibilidade de nos distanciarmos sistematicamente do nosso mundo, sem nos alienarmos dele. Também por isso, a capacidade de relativizar e desmultiplicar a noção do nosso LUGAR, não nos leva à esquizofrenia, mas a um estado de maior libertação. A cidade pode ser entendida como uma colecção de sítios maravilhosos que provocam o desejo e as fantasias mais inconfessadas das pessoas. Esta capacidade de encantar desencadeia o magnetismo que nos fixa aos lugares. A Armadilha torna o perigo atraente: a cidade é essa armadilha irrecusável.


Rui Leão, arquitecto
Caros Colegas penso que este artigo retrata qualquer coisa de util...
Um bem haja a todos...
Ana Do Vale